terça-feira, 25 de maio de 2010

Este final de semana no Espaço Cultural Casimiro de Abreu



“DISSIDENTE”, de MICHEL VINAVER

dias 28, 29 e 30 de maio

no Espaço Cultural Casimiro de Abreu
Rua Onze de Junho, 521, (Sala 02) -Colégio Central Casa Branca
Santo André –São Paulo
Contatos: 28052808 –44373960

Recomendação: 14 anos

60 lugares


Contemplado pelo PROAC 2009 e após temporadas com ingressos esgotados no Sesc Consolação (25/02 a 01/04/2010) e no Teatro Commune (14 de abril a 27 de maio/2010), o Núcleo Caixa Preta fará 03 apresentações em Santo André no Espaço Casemiro de Abreu do espetáculo “DISSIDENTE”, criado a partir do texto inédito no Brasil de um dos maiores dramaturgos vivos da França, Michel Vinaver.

A montagem mostra a vida cotidiana de uma mãe (Cácia Goulart, indicada ao Prêmio SHELL Melhor Atriz 2008 e 2003/SP por Bartleby e Navalha na Carne respectivamente) e Felipe (José Geraldo Rodrigues, do longa Linha de Passe), seu filho adolescente. Desquitada e abalada pela possibilidade iminente de desemprego, a personagem precisa adaptar-se ao fato de que será substituída por uma máquina. Em contraponto, seu filho vive a experiência do primeiro emprego e as dificuldades no trabalho duro em uma indústria de linha de montagem. A direção é assinada por Miriam Rinaldi (Teatro da Vertigem) e a tradução de“Dissidente” é de Jean-Claude Bernardet e Rubens Rewald.



Sobre a montagem

O interesse pela dramaturgia francesa e um encontro com a obra de Michel Vinaver através de pesquisas formam os principais motivos que levaram Cácia Goulart à iniciativa de montar “Dissidente” pela primeira vez no Brasil. “Fui tomada por sentimentos inquietantes após a leitura do texto, pois “Dissidente, sem dúvida” (título original) inaugura uma profunda remodelação das estruturas dramáticas, depois de Michel Vinaver é quase impossível pensar em Teatro Aristotélico, Teatro Épico, Tempo e Espaço, um profundo desafio para o trabalho dos atores e para a direção”, afirma a atriz e produtora do espetáculo além de fundadora do Núcleo Caixa Preta.

Para a diretora Miriam Rinaldi o espectador dessa obra é colocado numa espécie de jogo em que ele participa preenchendo lacunas, dando sentido às frases interrompidas e elipses da narrativa. O desafio desta montagem está, portanto, em manter essa fina linha entre mentiras e verdades do jogo de aparências vivido por mãe e filho.

Por causa de seu profundo conhecimento da literatura contemporânea francesa, Jean-Claude Bernardet foi convidado por Cácia para traduzir “Dissidente”, que por sua vez chamou outro roteirista e colega, Rubens Rewald, para colaborar na tradução.

“Dissidente” induz o espectador à pura imaginação e reflexão dos acontecimentos desenhados no palco, confrontando as personagens em um dúbio processo de confinamento e busca de liberdade. O espetáculo se apresenta aos olhos do público como um grande desafio, uma vez que ele próprio é levado a interpretar os fatos, completando os sentidos. A cenografia, assinada por André Cortez, joga com a idéia de espaço público e privado e desenha um ambiente de uma fragmentada família contemporânea e sua compulsão pelo consumo, tão criticada por Maio de 68, uma das inspirações da direção.

Os personagens de Vinaver tem uma relação permeada pela afetividade, o conflito e dependência mútua. Suas personalidades são reveladas ao público por meio do texto fragmentado, ambíguo e sem pontuação do autor. Esta é, inclusive, uma de suas características mais marcantes e o que tornou sua obra tão especial e intrigante.



Sobre o autor

Michel Vinaver nasceu em 1927 em Paris onde vive até hoje. Descendente de russos, estudou na cidade de Annecy onde em 1953 se torna Chefe do Serviço Administrativo da Empresa Gillette-França. Vinaver inicia-se como romancista antes de se aventurar na dramaturgia. Em 1955 escreve sua primeira peça, Les Coréens (Os Coreanos), a pedido de Gabriel Monnet. Apesar de deflagrar grande polêmica, uma parte da mídia consagra o surgimento de um autor teatral. Em 1982 ele deixa a Gillette e o mundo dos negócios para ser professor do Instituto de Estudos Teatrais de Paris III. Cria, dentro do Centro Nacional do Livro, a Comissão de Teatro e depois redige ”A prestação de contas de Avignon”, “Os mil males que sofrem a edição de teatro e os trinta e sete remédios para amenizá-los”, fruto de uma pesquisa de dois anos. Ele também é autor de textos de reflexão sobre o teatro, como os “Escritos sobre o Teatro 1 e 2”, lançados em 1982. “Dissident, il va sans dire”, foi escrita em 1976.


Ficha Técnica

Texto: MICHEL VINAVER

Tradução: JEAN CLAUDE BERNARDET e RUBENS REWALD

Direção: MIRIAM RINALDI

Atores: CÁCIA GOULART e JOSÉ GERALDO RODRIGUES

Cenografia: ANDRÉ CORTEZ

Iluminação:LÚCIA CHEDIECK

Preparação Corporal: INÊS ARANHA

Música original: AMILCAR FARINA

Figurinos/adereços/visagismo: MARINA REIS

Fotografia: CACÁ BERNARDES

Realização: NÚCLEO CAIXA PRETA da Cooperativa Paulista de Teatro




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